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Procon está realizando vistoria nas duas cidades |
Segundo o Procon a operação foi motivada porque o órgão recebeu várias
denúncias de consumidores alegando que os preços dos combustíveis
cobrados nos postos de Guajará-Mirim são abusivos e maiores do que os
preços cobrados em Nova Mamoré e na capital.
Até esta quarta-feira (27), pelo menos dois postos já tiveram várias
irregularidades encontradas e receberam um prazo para se adequar às
normas exigidas, além de serem notificados.
Um relatório também será enviado para que a Agência Nacional do Petróleo (ANP) tome providências em relação aos casos.
O
coordenador estadual do Procon, Rui Costa, declarou que durante as
fiscalizações feitas nos postos de Nova Mamoré constatou que o valor da
gasolina custa em média 30 centavos a menos em relação os postos de
Guajará-Mirim, onde a gasolina chega a R$ 4,20.
“Essa ação visa averiguar o porquê desse aumento excessivo dos preços
nos postos da região. A operação ainda está em andamento e não fechamos o
relatório final e nem os cálculos do que já foi feito. Não estamos só
fiscalizando os preços, mas aproveitamos essas denúncias e iniciamos uma
investigação minuciosa nos estabelecimentos em tudo aquilo que for
relativo ao consumo dos serviços oferecidos”, explicou o servidor.
As equipes do Procon investigam também a legalidade de funcionamento
dos postos e se o teste de qualidade dos combustíveis são oferecidos ao
consumidor, caso ele queira solicitar, pois todos os postos têm
obrigação de ter um funcionário capacitado para este serviço.
“Está sendo abordado tudo, alvarás, licença de funcionamento da ANP, se
há o teste de qualidade feito na hora para o cliente que solicitar, o
posto tem que ter obrigatoriamente um kit para o teste e o funcionário
para mostrar que a gasolina é de boa qualidade e não possui
adulteração”, encerrou.
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Dono do posto diz que baixar preço prejudica salário de posto |
Justificativa dos postos
O gerente de um dos postos de Guajará-Mirim, Darlan Moraes, alega que
os preços são altos porque a tabela já vem fixa da empresa fornecedora e
que não há como baixar o valor, pois o pagamento dos funcionários fica
ameaçado.
“A gente trabalha com os valores da empresa e jogamos as nossas
porcentagens em cima, além disso temos a preocupação com os impostos que
todos os postos têm que pagar. Em Nova Mamoré os postos cobram 30
centavos a menos, mas se fizermos isso aqui não teremos como pagar os
funcionários, porque hoje em dia está difícil”, justificou o gestor.
Reclamação dos condutores
Para os condutores de Guajará-Mirim, o preço cobrado atualmente pelos
litros da gasolina e óleo diesel são abusivos e extremamente altos,
tendo o litro da gasolina custando R$ 4,20 e o óleo diesel R$ 3,40.
O motorista José Frota, que tira o sustento da família com serviços de
frete, diz que os preços que chegam até o consumidor final são um
“absurdo de alto”, porém paga o valor cobrado porque depende do carro
para trabalhar e ganhar o pão de cada dia.
“Quem vive do frete fica em uma situação difícil. É um absurdo pagar
esse valor, sinceramente. Meus clientes também reclamam porque a gente é
obrigado a aumentar o valor do frete também, uma coisa puxa a outra”,
diz o autônomo.
Outro cliente insatisfeito é o motorista João Guilherme Santos, que também acha o preço cobrado atualmente muito alto.
Segundo ele, muitos condutores buscam alternativas para driblar o
aumento dos combustíveis no município, inclusive recorrendo a gasolina
boliviana, que custa em média RS 2 no mercado clandestino.
“É muito caro realmente. A Bolívia fica do nosso lado e tem o preço bem
mais em conta, Porto Velho também tem o preço mais em conta. Em Guajará
o preço está salgado, mas a gente precisa do carro diariamente e tem
que pagar, é um absurdo”, desabafou.
Ainda segundo o Procon, as fiscalizações iniciaram na última
terça-feira (26) nos postos das zonas urbana e rural de Nova Mamoré e
acontecem até a próxima sexta-feira (29) nos dois municípios.
Fonte: G1
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